O prometido é devido - Birras em Direto

O prometido é devido

Prometi ao Rafael que conheceria os manos no dia seguinte ao nascimento. Fiz-lhe várias promessas que não consegui cumprir, mas esta não poderia falhar.

Os gémeos nasceram a 16 de outubro e no dia 17 tiveram de ir para a Neonatologia, mas apenas fui informada quando o Rafael e o meu pai já estavam a caminho do hospital. O horário de visita naquele espaço é mais apertado e, quando chegaram, estava prestes a terminar. A pediatra aconselhou-me a não o deixar entrar, porque poderia ficar chocado com aquele cenário (os gémeos estavam na incubadora, despidos e cheios de fios). Não segui o seu conselho, conheço o meu filho e sei que isto iria passar-lhe ao lado. Sei que iria ficar todo entusiasmado por os ver, nem que fosse apenas por um minuto.

Faltavam cinco minutos para as visitas saírem quando chegou o Rafael. Os meus olhos não tardaram a encherem-se de lágrimas com aquela alegria estampada no rosto de um menino de apenas três anos que via os irmãos pela primeira vez. Aquele cliché do “amor à primeira vista” ganhou ali toda uma outra dimensão para mim. Questionou-me sobre tudo, como já era de esperar, mas procurámos ser sempre sinceros. Percebeu e pediu para tocar-lhes. Uma das enfermeiras foi um amor e deixou-o pegar o Diego ao colo. Que imagem! Ficará para sempre na minha memória.

Olhava fixamente para a caixinha, como ele lhe chamava, com os manos lá dentro e sorria. Teve de sair, contrariado, claro está, mas nos dias seguintes não se calava na escola, só falava nos manos e até foi ele quem deu a novidade no colégio. Dizia que os manos já tinham nascido, mas que estavam numa caixinha com luz porque estavam amarelinhos e que só bebiam leitinho e comiam batatas fritas (adoro a imaginação! ahahah).

Hoje tenho a certeza que tomei a decisão correta naquele dia na Neonatologia ao permitir que conhecesse os irmãos. Ele não ligou minimamente ao entorno, o seu foco eram os manos. Vejo o seu amor por eles a crescer de dia para dia e para uma mãe isso é impagável.

Como permanecemos uma semana no hospital e na escola estavam muitos amiguinhos com escarlatina, achei por bem o Rafael não os voltar a visitar. Vocês não imaginam a loucura que foi quando vim para casa, mas, felizmente, correu tudo bem.

Hoje, o Birras mais velho ajuda-me imenso e está sempre pronto para dar beijinhos e festinhas aos manos. Até acorda de madrugada e pergunta se queremos que ele faça alguma coisa… Que ternura!!! Derrete-me o coração quando os vejo aos três juntos. Sei que lhe demos o maior presente que ele poderia ter pedido.

E mal posso esperar que comecem a brincar…

Beijinhos

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