Fotografia Dois é Par
Quando estamos grávidas parece que entramos num mundo à parte, e raramente deixamos alguém entrar. Por vezes até condicionamos a entrada do Pai, e não podemos ser egoístas e esse ponto, embora eu compreenda que muitas vezes nos falte a lucidez e consciência. A verdade é que ambos vivemos a gravidez de formas diferentes, mas o Pai é essencial nesta jornada.
A presença dele é essencial em todas as fases, durante a gravidez e no durante e pós-parto. Ele pode até não compreender os nossos sintomas, o nosso mal-estar, a nossa instabilidade emocional, não sentir os pontapés dos nossos bebés e um sem número de outras coisas que são tão nossas e difíceis de transmitir e explicar, mas temos de integrá-lo, pouco a pouco, nesta nova realidade para que este se possa ir habituando e estar mais preparado na hora em que o bebé chegar.
Na minha primeira gravidez, o meu marido nem sempre compreendeu os meus sintomas e sinais. Algumas foram as vezes em que me ofereceu coisas que não podia comer, apesar de já o ter alertado disso mil vezes, ou combinava passeios e programas que não podia fazer, entre outras situações que sabia serem descuido e não despreocupação dele. Para o pressionar a aprender sobre a gravidez mais depressa, até lhe comprei um livro sobre os nove meses de gravidez e as cem mil alterações no universo das mães. Sinceramente, não sei se ajudou, mas eu esforcei-me! 😊 No entanto, asseguro-vos, bastou o Rafael nascer para todas as consciências e sensibilidades chegarem ao papá.
Já nesta gravidez, tudo tem sido muito diferente, pelo turbilhão de emoções que temos vivido e que, forçosamente, me obriga a envolvê-lo mais e a tê-lo mais presente. E tem sido tão bom, não me imaginaria a passar por tudo isto sozinha (muita força têm as mamãs que o fazem – beijinhos!).
O Pai, tal como a Mãe, é personagem principal desta história, que considero de encantar. Portanto, para aqueles malandros que procuram ser esquecidos nestas fases tão importantes: toca a mexer, que nós precisamos de vocês!
As mudanças físicas e psicológicas na mulher são mais visíveis. Contudo, o homem também pode passar por algumas transformações e até viver uma gravidez psicológica. Vejam o caso do meu marido que engordou 10 quilos na minha primeira gravidez (que solidário!)!
O Pai deve acompanhar a grávida, sempre que possa, às consultas, ecografias e envolver-se emocionalmente. E, nas fases em que é mais complicado para nós fazermos tudo sozinhas, eles podem ajudar com coisas como orientar o quarto do bebé, o enxoval, a organização da casa, e a alimentação. Metam esses senhores (com o devido respeito e graça) a trabalhar. Para sermos super-mulheres não temos de fazer tudo sozinhas!
Outro momento importante para eles, e que pode ensinar-lhes muita coisa, é o curso pré parto. O Edi, por exemplo, não fazia ideia de que existiam tantos cuidados e coisas para assegurar. E foi ótimo poder tê-lo comigo a viver e assimilar essa experiência, que para mim também era nova.
O momento do parto é o ex-libris. Ter uma mão para agarrar ou alguém para quem gritar, é tudo o que podemos pedir naquele momento. Eu como senti tudo no primeiro parto, encarnei a miúda do exorcista (diz ele) e ele foi o meu ponto de equilíbrio (obrigada!).
E para vocês, o pai também é assim tão importante? Como vos ajudou ele ou esteve presente? Contem-me tudo!
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Beijinhos
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