Arquivo de Família - Página 8 de 23 - Birras em Direto
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Família

16/10/18: uma data para não mais esquecer

A noite de segunda para terça-feira (15 para 16 outubro) não foi diferente das outras: contrações, dores, falta de força e um desgaste físico enorme, mimos do filho e do pai, que nunca são demais, e logo um alívio muito bem-vindo.

A consulta de obstetrícia estava marcada para as 14h, mas antecipei-me e às 13h já estava no Hospital de Vila Franca de Xira. Imaginam a ansiedade, certo? Maquilhei-me, estiquei o cabelo e vesti uma roupa que me fizesse sentir minimamente bem, sem parecer uma Bola de Berlim. Nesta altura tudo serve de justificação para me sentir mais bonita.

Entro para a sala de enfermagem, tranquila, faço o CTG, está tudo bem com os bebés e as contrações continuam irregulares. Volto para a sala de espera a aguardar pela consulta com a médica. Mas, de repente, começo com uma pressão muito forte no fundo da barriga, senti os meus bebés muito agitados e algo estava diferente. Algo me dizia que não iria passar daquele dia.

Estou cansada

Estes dias sem escrever no blogue e sem postar uma única foto no Facebook ou no Instagram fizeram-me bem. Desculpem a minha ausência e acreditem que pensei muito em vocês, mas precisava dedicar-me a um tema que descurei nos últimos dois meses: o meu filho, a minha família. O tempo não voou para mim, antes pelo contrário, demorou muito a passar e continua a demorar, não vejo a hora dos gémeos nascerem. Sei que a maioria das pessoas me pede para descansar, mas, não consigo, é impossível essa palavra constar no meu dicionário no momento atual.

Na quinta-feira passada, mais uma vez, recebi alta e tive oportunidade de vir para casa, junto dos meus. Se até eu fiquei confusa, imaginem o Birras mais velho. A razão da alta? Tive mais uma semana internada, com dores e contrações, mas o colo permaneceu na mesma. Fez-se uma ecografia para ver como estavam os bebés e estão bem, por isso decidiram dar-me alta.

Levo amigos (novos) para a vida toda

Mas, afinal, onde estive internada durante o primeiro período de internamento (os 45 dias)?

Algumas de vocês reconheceram o sítio pelas fotos que ia postando. Na verdade, no momento em que me disseram que iria para aquele hospital o meu coração disparou. Tratava-se do Amadora Sintra e só me apeteceu deitar as mãos à cabeça por ser transferida de Vila Franca de Xira para ali. Mas, confesso-vos, foi o melhor que me poderia ter acontecido.

Ouvimos muitas coisas menos positivas sobre este hospital e sim, em outras ocasiões, também senti na pele algumas delas, mas desta vez não tenho nada a apontar nem ao hospital nem ao serviço em que estive. Eram 27 semanas de um amor a dobrar, mas uma incerteza enorme em relação ao futuro. Cada dia era uma vitória, mas uma batalha nunca se vence sozinha.

Os impulsos de mulher no regresso a casa

( Escrevi este texto quando saí do internamento, na semana passada. Fala sobre o meu regresso a casa )

Chegar a casa depois de quase dois meses de internamento e ver que muita coisa está diferente, que o meu marido soube cuidar dela, do nosso filho e da nossa cadelinha, enche-me de orgulho. Embora saibamos que é impossível ter tudo à nossa maneira, somos mulheres e está-nos no sangue querer sempre algo mais.

Mal cheguei e logo iniciei o habitual processo de “inspeção” não intencional. Comecei a olhar para todo o lado e com uma vontade quase incontrolável de arrumar tudo à minha maneira, mas não posso. O repouso que me pediram para fazer é muito importante para o bem-estar dos três, por isso tenho de acalmar-me não só a nível físico como também psicológico. Deveria encaixar isto na minha cabeça à medida que vos escrevo este texto, mas não está fácil, é mais forte que eu, por isso tento ver séries, escrever, dormir e comer (muito, por sinal ahahah). Um dia destes falo-vos no peso…

À terceira será de vez?

Vocês merecem uma explicação por todo o apoio e carinho que me têm dado. Precisei resguardar-me pelo cansaço extremo que tenho sentido e por todos os desenvolvimentos destes últimos dias. Hoje completar-se-ia precisamente uma semana desde que regressei à minha querida casa, com ordens expressas para repousar. É óbvio que é extremamente complicado conseguir fazer exatamente o mesmo que no hospital, mas com o apoio dos meus pais e do meu marido acabei por conseguir.

No entanto, na quinta-feira à noite comecei novamente com dores nos rins e no fundo da barriga. As contrações também se tornaram mais constantes e decidimos arrancar para o hospital. Senti um misto de muita coisa: desconfortável com as dores, mas tranquila pela eventualidade de ter de entrar em trabalho de parto e já me encontrar no hospital. E sempre confiante que tudo iria correr bem.

Uma semana para esquecer

A semana passada foi caótica para a minha família e acompanhei tudo à distância e sem conseguir ajudar grande coisa. E logo eu que sou quem se mexe para tudo e faz trinta coisas ao mesmo tempo, por isso podem imaginar o quanto me senti mal naqueles dias por estar numa cama de hospital.

Segunda-feira – Não via o meu marido desde quarta da semana anterior, porque esteve numa formação que durou de quinta a domingo. As saudades eram mais que muitas e neste dia seria a minha única visita, porque assim o exigi para termos tempo um para o outro. Ele ficou de me trazer também o almoço, porque a comida do hospital era péssima (detesto falar assim de comida, mas não há outra forma de colocar a questão). Por volta das 14h30 liga-me e diz que o carro parou na A1 e tinha de chamar o reboque. Seguiu direto para a Norauto, onde não conseguiram resolver o problema, e depois para a Peugeot, a pagar mais um reboque pelo meio, para verem se finalmente arranjavam uma solução e, até ver, nada. O carro está lá desde segunda da semana passada, a tentarem chegar a uma conclusão. Ao que parece, a correia de distribuição partiu e ainda terão de perceber se isto não causou danos sérios no motor. Em suma, ótima altura para o carro de família parar e, por isso, gastarmos uma pipa de massa no arranjo, certo?

O motivo da minha ausência

Desculpem a minha ausência, mas precisei de afastar-me e centrar-me nos meus pensamentos e sentimentos. Sei que algumas de vocês se questionam diariamente se o meu silêncio se deve ao nascimento dos birras, ou se aconteceu algo, e é normal pois já fazem parte do meu universo. Mas ainda não foi desta 🙂 

A semana passada foi muito atribulada, no próximo artigo posso contar-vos o que aconteceu, mas nada relacionado com os gémeos, graças a Deus!

Pensamento positivo, Mãe!

No final da semana passada fiquei a saber que a minha mãe iria ser operada ao peito, escondeu-me isto para não me preocupar. Mas as coisas acabam sempre por se saber e, às vezes, da pior maneira. A minha mãe estava aqui na visita com o meu pai, a dizer que ia fazer uns exames na semana seguinte, e eu lancei-lhe algumas questões para as quais parecia não ter resposta.

34 semanas de muito Amor e muita Esperança

Antes de mais parabéns aqui à je e aos Birras que se encontram dentro de mim, chegámos às 34 semanas! Uau, que marco!! Sinceramente nunca esperei aguentar tanto, mas tinha sempre essa força e esperança! Todos os dias pensava: mais um diazinho, mais uma vitória! As semanas aqui custam a passar e a aproximação da sexta-feira estava a deixar-me ansiosa. A sexta-feira chegou, mas não para a típica ramboia do fim-de-semana, e atingimos mais uma etapa muito importante para os gémeos. Quem tem gémeos sabe a importância desta meta! Estou mega feliz. E, minha gente, estou também mega cansada!

Vá agora vou contar-vos como têm sido os últimos dias, pois à medida que o termo desta gravidez se aproxima os sintomas vão sendo mais intensos.