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Birras em Direto

Os impulsos de mulher no regresso a casa

( Escrevi este texto quando saí do internamento, na semana passada. Fala sobre o meu regresso a casa )

Chegar a casa depois de quase dois meses de internamento e ver que muita coisa está diferente, que o meu marido soube cuidar dela, do nosso filho e da nossa cadelinha, enche-me de orgulho. Embora saibamos que é impossível ter tudo à nossa maneira, somos mulheres e está-nos no sangue querer sempre algo mais.

Mal cheguei e logo iniciei o habitual processo de “inspeção” não intencional. Comecei a olhar para todo o lado e com uma vontade quase incontrolável de arrumar tudo à minha maneira, mas não posso. O repouso que me pediram para fazer é muito importante para o bem-estar dos três, por isso tenho de acalmar-me não só a nível físico como também psicológico. Deveria encaixar isto na minha cabeça à medida que vos escrevo este texto, mas não está fácil, é mais forte que eu, por isso tento ver séries, escrever, dormir e comer (muito, por sinal ahahah). Um dia destes falo-vos no peso…

À terceira será de vez?

Vocês merecem uma explicação por todo o apoio e carinho que me têm dado. Precisei resguardar-me pelo cansaço extremo que tenho sentido e por todos os desenvolvimentos destes últimos dias. Hoje completar-se-ia precisamente uma semana desde que regressei à minha querida casa, com ordens expressas para repousar. É óbvio que é extremamente complicado conseguir fazer exatamente o mesmo que no hospital, mas com o apoio dos meus pais e do meu marido acabei por conseguir.

No entanto, na quinta-feira à noite comecei novamente com dores nos rins e no fundo da barriga. As contrações também se tornaram mais constantes e decidimos arrancar para o hospital. Senti um misto de muita coisa: desconfortável com as dores, mas tranquila pela eventualidade de ter de entrar em trabalho de parto e já me encontrar no hospital. E sempre confiante que tudo iria correr bem.

Uma semana para esquecer

A semana passada foi caótica para a minha família e acompanhei tudo à distância e sem conseguir ajudar grande coisa. E logo eu que sou quem se mexe para tudo e faz trinta coisas ao mesmo tempo, por isso podem imaginar o quanto me senti mal naqueles dias por estar numa cama de hospital.

Segunda-feira – Não via o meu marido desde quarta da semana anterior, porque esteve numa formação que durou de quinta a domingo. As saudades eram mais que muitas e neste dia seria a minha única visita, porque assim o exigi para termos tempo um para o outro. Ele ficou de me trazer também o almoço, porque a comida do hospital era péssima (detesto falar assim de comida, mas não há outra forma de colocar a questão). Por volta das 14h30 liga-me e diz que o carro parou na A1 e tinha de chamar o reboque. Seguiu direto para a Norauto, onde não conseguiram resolver o problema, e depois para a Peugeot, a pagar mais um reboque pelo meio, para verem se finalmente arranjavam uma solução e, até ver, nada. O carro está lá desde segunda da semana passada, a tentarem chegar a uma conclusão. Ao que parece, a correia de distribuição partiu e ainda terão de perceber se isto não causou danos sérios no motor. Em suma, ótima altura para o carro de família parar e, por isso, gastarmos uma pipa de massa no arranjo, certo?

O motivo da minha ausência

Desculpem a minha ausência, mas precisei de afastar-me e centrar-me nos meus pensamentos e sentimentos. Sei que algumas de vocês se questionam diariamente se o meu silêncio se deve ao nascimento dos birras, ou se aconteceu algo, e é normal pois já fazem parte do meu universo. Mas ainda não foi desta 🙂 

A semana passada foi muito atribulada, no próximo artigo posso contar-vos o que aconteceu, mas nada relacionado com os gémeos, graças a Deus!

Pensamento positivo, Mãe!

No final da semana passada fiquei a saber que a minha mãe iria ser operada ao peito, escondeu-me isto para não me preocupar. Mas as coisas acabam sempre por se saber e, às vezes, da pior maneira. A minha mãe estava aqui na visita com o meu pai, a dizer que ia fazer uns exames na semana seguinte, e eu lancei-lhe algumas questões para as quais parecia não ter resposta.

O boost que precisava

Há coisas que não se explicam. As crianças conseguem surpreender qualquer um, e quando menos se espera. É impressionante!

No passado fimdesemana, já no auge do aborrecimento por estar aqui fechada há tanto tempo, o meu filho, como sempre acontece, era o único a ser capaz de me tirar da bolha em que me encontrava e de me carregar as energias. Einexplicavelmente, conseguiu fazê-lo sem que ninguém lhe pedisse.

Preciso sentir-me mulher outra vez

Sempre fui muito vaidosa, desde que me conheço como gente. Adorava vestir roupa bonita aos meus olhos (não seguia modas, apenas vestia o que gostava), maquilhar-me, arranjar o cabelo, olhar-me ao espelho, tirar uma foto gira, enfim. Mas calma, minha gente, não me estou a achar, simplesmente sempre gostei de me sentir bonita e confiante. Como qualquer pessoa, gosto de receber elogios. Vocês não? Pois até disso tenho saudades…

Visita guiada ao meu mundo provisório

Neste piso de hospital cruzam-se alegrias e tristezas, mães mais ou menos jovens com avós mais velhinhas. Numa parte temos o internamento das grávidas, cheias de amor pelos tesouros que ainda não conhecem e receio do que o futuro lhes reserva. Algumas entram com poucas semanas de gestação, outras já de termo, todas as histórias são diferentes, mas sempre marcantes. O medo, esse, é constante e invade cada uma de nós.

Colo curto, muito líquido amniótico, pouco líquido, bolsa rota, ameaça de parto pré-termo, o bebé está pequeno, o bebé está grande, diabetes, infeções, 41 semanas e nada, indução, etc. Estaria aqui muito mais tempo a indicar-vos as diferentes causas destes internamentos e, arrisco-me mesmo a dizer, depois disto sairei daqui com uma pós-graduação em maternidade, porque já aprendi coisas que não fazia ideia que existiam.

As lições do internamento

Vocês vão perguntando como me sinto e quase não tenho novidades para vos dar, a não ser que passo uns dias melhores que outros. Há dois dias comecei com contrações mais constantes e, para além dissocom dores no fundo da barriga e nos rins. Não durmo há duas noites, já não tenho posição para me sentir confortável. O normal no final da gravidez, portanto.

Fizeram-me o toque novamente e o colo permanece igual. Nem eu, nem os enfermeiros acreditamos como é possível não existir diferença no colo com tantas contrações diárias. Que bom para nós!

Parabéns a vocês, a nós, e obrigada!

O Blog está hoje de parabéns pelo seu 1* ano! E que ano…
Estou a festejar este marco na cama de um hospital muito bem acompanhada, porque neste momento batem três corações dentro desta Mãe. Acho que não poderia desejar uma bênção maior. Quem diria que, 365 dias depois de lançar um blog de maternidade que expõe a realidade do dia a dia de uma família como tantas outras, iria estar grávida de gémeos? Este é, sem dúvida, um dia diferente e nunca o esquecerei. Até já tenho medo de perspetivar o 2º aniversário… ahahahah

Nunca pensei que, em apenas alguns meses, conseguisse conquistar tanto com a minha verdade e que vocês gostassem de a acompanhar. Sou jornalista, apresentei programas de turismo, magazines culturais e a imparcialidade tinha de estar presente todos os dias. Aqui é exatamente o contrário. Aqui posso falar abertamente do que quero, de como me sinto, posso dar a minha opinião e, confesso-vos, sabe tão bem!
Acreditam que nunca tive tanto feedback ao longo da minha carreira como agora? Habituada a comunicar sempre em televisão, a escrita não era uma prioridade e, entretanto, passou a ser. Adoro fazer vídeos – e podem registar que apostarei novamente neste conteúdo a breve trecho – mas escrever tem sido tão desafiante que se tornou também numa paixão.