A primeira escapadinha a cinco aconteceu numa das minhas cidades favoritas. Considerada o centro cultural e intelectual de Portugal, a encantadora Coimbra foi o nosso destino! Dizem que este local se consegue ver apenas em algumas horas mas para sentirmos a sua essência, na minha opinião, é preciso mais, muito mais.
Sempre adorámos viajar, e mesmo com a chegada do Rafa não nos privámos desse gosto. Agora com a família ainda maior, confesso que, ficámos um pouco receosos ao início, mas com uma boa organização tudo é possível. A logística não é fácil, é preciso antecipar e planear. Embora tenha marcado o fim-de-semana com apenas alguns dias de antecedência, decidi fazer logo as malas para ter a certeza que não me esquecia de nada (fiz um artigo sobre toda a organização familiar que foi necessária para esta escapadinha, caso queiram ler, está aqui).
O ponteiro do relógio marcava as 19h00 de uma sexta-feira muito fria e previa-se um fim-de-semana com temperaturas muito baixas mas não quisemos saber e decidimos arrancar de Lisboa até Coimbra. O hotel escolhido foi o Vilá Galé que fica próximo do centro histórico da cidade e tem uma vista surpreendente sobre o Rio Mondego.
Já ficámos várias vezes hospedados nesta cadeia de hotéis e sempre achámos que são acolhedores para as famílias e o mais interessante é que as crianças até aos 12 anos não pagam o alojamento e as refeições.
Reservámos a suite júnior, embora os gémeos sejam ainda muito pequenos e o espaço que ocupam seja mínimo, porque a partir de um certo número de pessoas o hotel não pode reservar o quarto standart. Sempre que ficamos em hotéis o Rafa dorme connosco e, desta vez, não foi excepção. Os gémeos dormiram no berço disponibilizado pelo hotel mas levei o ninho da Maria Café pois estão habituados a dormirem juntinhos e aquela cama ainda é considerada kingsize para eles.
A viagem fez-se bem, sem birras, os gémeos dormiram o caminho todo e o Rafa como estava entusiasmado não pregou olho.
Acordámos cheios de energia (o que vos pode parecer estranho, visto que temos três filhos ) e com uma vontade imensa de explorar os mais belos recantos de Coimbra. Esta cidade universitária tem muito para ver mas sabíamos que com os mais pequenos qualquer imprevisto podia acontecer e os planos iam sair furados.
Despachar os três birras rapidamente não foi tarefa fácil e, claro, chegámos sempre em cima da hora de fecho do pequeno-almoço. Nada que um sorriso envergonhado, na entrada da sala de refeições, não resolva perante os funcionários.
De barriguinha cheia fomos diretos ao “Portugal dos Pequenitos“, o mais antigo parque temático de Portugal e um dos mais antigos do mundo. Este é um local lúdico, pedagógico e turístico, nele podemos fazer uma visita por Portugal e pela sua história através das réplicas em miniatura. Faz sem dúvida a delicia dos mais novos e dos adultos também. Já lá tinha ido em lazer e em trabalho mas fico sempre fascinada quando percorro aqueles caminhos. O Rafael ficou igualmente deslumbrado e até fez uma birra pois não queria ir embora (típico do meu filho).
Adorámos degustar os petiscos e, como vos pedi ajuda neste tópico, muitas de vocês me aconselharam o restaurante Dux – Taberna Urbana, situado no coração da cidade de Coimbra, e lá fui. Passámos um momento tranquilo e muito agradável em família e o almoço estava ótimo. Obrigada pelo conselho!
Um dos maiores anseios do Rafael é ir à piscina sempre que viaja e, como não parava de falar no assunto, decidimos voltar para o hotel e passar a tarde na piscina. A alegria deste birras foi impagável.
Muito passeio e muitos mergulhos é sempre sinónimo de cansaço, por isso decidimos jantar no restaurante do hotel para facilitar a logística e assim regressar rapidamente ao quarto para desfrutarmos do merecido descanso. Por mais incrível que pareça estava tudo a correr como planeado. Uff!
Acordámos no dia seguinte e tínhamos previsto passear pelas ruas da cidade, sentir a sua vibração, espreitar o comércio tradicional e vivenciar uma experiência única na apaixonante Quinta das Lágrimas. Mas não correu como planeado…
Já fui várias vezes à Quinta das Lágrimas mas sempre em trabalho, entrava pela entrada do Hotel e não pela principal, logo desconhecia esta porta. O GPS direcionou-nos para a entrada normal da Quinta e lá fomos nós. Connosco não tínhamos dinheiro, apenas multibanco e infelizmente a Quinta não tinha o equipamento e o mais próximo ficava junto ao Portugal dos Pequenitos ( que curiosamente 10 minutos antes tínhamos parado lá para levantar e não tinha dinheiro ). Logo abortámos a visita à Quinta porque ia dar imenso trabalho voltar a pô-los no carro e ir à descoberta de um ATM. Decidimos ir a pé até à outra entrada para almoçar no restaurante do hotel, mas não tinham mesa para nós. Os tremeliques da irritação já me estavam a possuir, restava-me respirar fundo e não stressar. Fiquei triste, óbvio, porque acho a Quinta das Lágrimas um local mágico e muito bonito e queria que o Edi e o Rafa o conhecessem.
No entanto, a aventura não terminou aqui! Já eram quase 14h e ainda não tínhamos almoçado, como não quisemos arriscar fomos até à opção sempre segura: o shopping. Mas rapidamente de lá saímos. Pensei que poderíamos passear na Rua Ferreira Borges, uma rua com muito comércio e muito movimentada, estacionávamos junto ao Largo da Portagem e da Ponte de Santa Clara, mas neste dia nada estava a nosso favor. Não tivemos sorte com os lugares e como já estávamos todos irritados com as tentativas fracassadas fomos até ao Parque Verde do Mondego. Assim que saímos do carro, os gémeos começaram os dois a berrar e voltámos a entrar no carro. Pedi ao meu marido para ir passear com o birras mais velho enquanto eu ficava a tomar conta dos gémeos. Mas porquê que me passam estas ideias pela cabeça? A situação não melhorou e passados 30 minutos decidimos ir embora, despedimo-nos de Coimbra com a promessa de lá voltarmos, mas desta vez com um plano B em mente ou com mais sorte 🙂
Beijinhos
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