Arquivo de Família - Página 9 de 23 - Birras em Direto
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Família

O boost que precisava

Há coisas que não se explicam. As crianças conseguem surpreender qualquer um, e quando menos se espera. É impressionante!

No passado fimdesemana, já no auge do aborrecimento por estar aqui fechada há tanto tempo, o meu filho, como sempre acontece, era o único a ser capaz de me tirar da bolha em que me encontrava e de me carregar as energias. Einexplicavelmente, conseguiu fazê-lo sem que ninguém lhe pedisse.

Preciso sentir-me mulher outra vez

Sempre fui muito vaidosa, desde que me conheço como gente. Adorava vestir roupa bonita aos meus olhos (não seguia modas, apenas vestia o que gostava), maquilhar-me, arranjar o cabelo, olhar-me ao espelho, tirar uma foto gira, enfim. Mas calma, minha gente, não me estou a achar, simplesmente sempre gostei de me sentir bonita e confiante. Como qualquer pessoa, gosto de receber elogios. Vocês não? Pois até disso tenho saudades…

Visita guiada ao meu mundo provisório

Neste piso de hospital cruzam-se alegrias e tristezas, mães mais ou menos jovens com avós mais velhinhas. Numa parte temos o internamento das grávidas, cheias de amor pelos tesouros que ainda não conhecem e receio do que o futuro lhes reserva. Algumas entram com poucas semanas de gestação, outras já de termo, todas as histórias são diferentes, mas sempre marcantes. O medo, esse, é constante e invade cada uma de nós.

Colo curto, muito líquido amniótico, pouco líquido, bolsa rota, ameaça de parto pré-termo, o bebé está pequeno, o bebé está grande, diabetes, infeções, 41 semanas e nada, indução, etc. Estaria aqui muito mais tempo a indicar-vos as diferentes causas destes internamentos e, arrisco-me mesmo a dizer, depois disto sairei daqui com uma pós-graduação em maternidade, porque já aprendi coisas que não fazia ideia que existiam.

As lições do internamento

Vocês vão perguntando como me sinto e quase não tenho novidades para vos dar, a não ser que passo uns dias melhores que outros. Há dois dias comecei com contrações mais constantes e, para além dissocom dores no fundo da barriga e nos rins. Não durmo há duas noites, já não tenho posição para me sentir confortável. O normal no final da gravidez, portanto.

Fizeram-me o toque novamente e o colo permanece igual. Nem eu, nem os enfermeiros acreditamos como é possível não existir diferença no colo com tantas contrações diárias. Que bom para nós!

Parabéns a vocês, a nós, e obrigada!

O Blog está hoje de parabéns pelo seu 1* ano! E que ano…
Estou a festejar este marco na cama de um hospital muito bem acompanhada, porque neste momento batem três corações dentro desta Mãe. Acho que não poderia desejar uma bênção maior. Quem diria que, 365 dias depois de lançar um blog de maternidade que expõe a realidade do dia a dia de uma família como tantas outras, iria estar grávida de gémeos? Este é, sem dúvida, um dia diferente e nunca o esquecerei. Até já tenho medo de perspetivar o 2º aniversário… ahahahah

Nunca pensei que, em apenas alguns meses, conseguisse conquistar tanto com a minha verdade e que vocês gostassem de a acompanhar. Sou jornalista, apresentei programas de turismo, magazines culturais e a imparcialidade tinha de estar presente todos os dias. Aqui é exatamente o contrário. Aqui posso falar abertamente do que quero, de como me sinto, posso dar a minha opinião e, confesso-vos, sabe tão bem!
Acreditam que nunca tive tanto feedback ao longo da minha carreira como agora? Habituada a comunicar sempre em televisão, a escrita não era uma prioridade e, entretanto, passou a ser. Adoro fazer vídeos – e podem registar que apostarei novamente neste conteúdo a breve trecho – mas escrever tem sido tão desafiante que se tornou também numa paixão.

Sou assim (também) pelos meus birras

Fotografia Dois é Par

Sempre soube que era uma miúda cheia de força, cheia de garra, persistente, decidida, que não admite ouvir um “não” como resposta. Sempre fui sonhadora e, acreditem, muitos foram os que me tentaram cortar as asas, mas nunca conseguiram porqueo desisto facilmente. Nasci destemida e sem medo de enfrentar o mundo. Cheia de energia e com a adrenalina na ponta dos dedos.

Mas também tive o melhor professor ao longo destes 32 anos, aquele que sempre me deu força para arriscar por mais louca que fosse a aventura (e foram muitas!). Refiro-me, claramente, ao meu Paique, apesar de tudo, não foi o único que fez de mim o que sou hoje. Sei que somos um puzzle que se vai montando aos poucos e muitos são os que influenciam a nossa personalidade, mas há 13 anos cruzei-me com o homem da minha vida e vocês não imaginam o impacto que isto teve em mim. Até poderia aprofundar um pouco mais este tema, porém, e como há muito para contar, um dia escreverei um artigo inteiro sobre as transformações que tive graças a ele. Ao meu marido.

Ansiedades da espera

Deitei-me ansiosa e acordei ainda pior. A manhã começou como já é habitual: CTG às 7h da manhã e novamente com muitas contrações. Seria dos nervos? Durante a noite tive dores no fundo da barriga e nos rins, mas não me queixei. Como tenho andado muito cansada, tentei dormir e acabei por ser bem-sucedida. Talvez fosse só o psicológico a funcionar, não sei. Até porque, não vos cheguei a contar, na semana passada saiu-me o rolhão mucoso e fiquei um pouco assustada, já que durante a gravidez do Rafael apenas tinha saído no dia do parto.  Mas os enfermeiros tranquilizaram-me e disseram que pode sair algumas semanas antes do nascimento.

Agora, às 8h da manhã, estou a escrever-vos antes da ecografia morfológica. Toda esta minha ansiedade tinha razão de ser: a possibilidade de ver os meus bebés e saber como estão. Será que aumentaram de peso? Estarão a alimentar-se bem?O líquido como estará? E, já agora, o colo com todas estas contrações? As dúvidas pairam na minha cabeça e não há nada que me tranquilize neste momento. É que nem vale a pena tentar.

Um Pai de mãos atadas

Tenho partilhado convosco o que sinto diariamente, as minhas batalhas, as batalhas do meu marido e até do meu filho. Muito por alto, falei-vos do que poderiam estar a sentir a minha família e amigos. Hoje, quero escrever-vos sobre a batalha de um pai ao ver a filha no estado em que me encontro há mais de um mês. Quero falar-vos do meu pai e avô destes Birras!

Para quem segue o blogue há algum tempo poderá conhecer já um pouco da nossa relação – única e que sem dúvida quero trespassá-la para os meus filhos.

As histórias da minha história

Ontem, escrevi-vos sobre as grávidas que entravam neste serviço e, apesar da curta estadia, se lamentavam como se não houvesse amanhã. Hoje, quero falar-vos sobre uma situação mais caricata e que está relacionada com visitas inconvenientes. Mas como assim? Perguntam vocês. Preparem-se…

Como neste quarto sou a que está há mais tempo internada, já repeti a minha história dezenas de vezes. E só num dia pode acontecer que entrem ou saiam três grávidas neste espaço Mas até aí tudo bem. A curiosidade é normal e, mais do que isso, a comunicação entre nós é muito importante. Para além da força extraordinária que nos passam os profissionais deste serviço, também é fundamental que nos apoiemos umas às outras. Mas, por vezes,não é só isso que acontece.

Proibido lamentar-me

Aqui dizem que estou sempre com um sorriso na cara, que encaro cada adversidade com muita facilidade e que, por isso, estou a aguentar tão bem. Os meus amigos ficam incrédulos como consigo estar tão descontraída perante tantos acontecimentos, a minha família quando me vê mais cansada estranha logo e acha que já é algo de muito grave. Mas não é. Apenas começo a ficar farta e acho que é perfeitamente normal sentir-me assim. Um mês, minha gente! Amanhã faz um mês que estou internada!!!

As contrações são mais que muitas e os enfermeiros até ficam incrédulos como não me queixo. Todos os dias entram e saem senhoras para ter os seus bebés e, por isso, já conheci mais novas mamãs desde que estou aqui. Uma autêntica viagem pelo mundo sem sequer sair deste quarto: Paquistão, Roménia, Guiné, Angola, Cabo Verde, Brasil. Estas senhoras, ao contrário de mim, permanecem apenas dois ou três dias e, mesmo assim, acabam por chorar, porque não aguentam ficar aqui fechadas. Falam das suas culturas e o quanto lhes faz impressão adaptarem-se à nossa, lamentam-se e contam a sua história, choram constantemente agarradas aos namorados e ao telefone com as mães. Quando ouvem a minha história não querem acreditar e rapidamente me transmitem que não aguentavam. Como assim, não aguentavam? Pela saúde dos vossos filhos não aguentavam? Iriam chorar e lamentar-se diariamente para tudo isso ser passado para eles e dificultar toda a terapêutica para os aguentar o máximo de tempo na vossa barriga? Às vezes tenho mesmo de me desligar dos comentários alheios, porque são muito desmoralizantes.