Marta Rodrigues, autor em Birras em Direto - Página 7 de 27
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Marta Rodrigues

Não nasci para ser mãe a tempo inteiro

Hoje, pedi ao teu pai para te adormecer mas como já estás habituado a que seja eu bateste o pé e não quiseste. Lá  acabaste, a muito custo, por te convencer. (Aqui entre nós, que ninguém nos ouve, sabe-me bem saber que és o menino da mamã, mas por vezes também preciso dos meus momentos). Expliquei-te que tinha de trabalhar mas tu não entendeste pois conheces o escritório do papá e o meu não. Disse-te que ía trabalhar na sala e tu nunca mais descansaste. Vieste mais de cinco vezes confirmar se estava aqui e eu confirmei a insegurança que tu tens da minha ausência. Confesso que eu já suspirava por não me conseguir concentrar a escrever os artigos, perante tantas interrupções. Tive de te escolher, sabia que estavas com saudades do meu colo e encostei-te a mim. Rapidamente adormeceste.

A carta do neto ao avô

Quando nasci disseste à minha Mãe que me amavas, mas que o amor que um pai sente por um filho é muito maior.

Hoje, já te arrependeste do que disseste na altura, pois percebeste que o amor que sentes por mim cresceu de tal forma que já não o distingues daquele que sentes pela mamã.

Assim como a minha mãe eu vejo em ti um ídolo, sabias? Os meus olhos brilham mal te vejo, e sei que os teus espelham o mesmo e que darias a vida por mim.

É tempo de redescobrir

Sou uma pessoa extremamente organizada, chego até a ser um pouco paranoica. Em casa tenho de ter tudo no lugar para a minha cabeça estar também em ordem. Mas costumo brincar com isto ao dizer que é genético, porque minha mãe, tias e primas são todas assim. No entanto, com uma família numerosa nem sempre é fácil estar muito tranquila a este nível. Mas prometo que estou a tentar ser mais descontraída. Há sempre alguma coisa que fica por fazer, sobretudo desde que temos dois bebés para tomar conta. Por mais que tente planear a semana, o dia, nem sempre sai como pretendido e estou na fase de me deixar ir. O que não der para fazer hoje, faz-se amanhã. 

Tenho muitos planos, muitas coisas em mente e quero colocar tudo em prática, mas tenho de respeitar o tempo dos meus filhos. Sempre acreditei que somos nós que fazemos o nosso próprio destino, por isso faço por acontecer. Acredito que este será um ano de semear para mais tarde poder colher.

Ele vence-me pelo cansaço

Fotografia Sugar & Soul Photography

O Rafael é uma criança com apenas três anos, é um miúdo cheio de energia e uma personalidade bastante forte. É carinhoso, educado, sociável, comunicativo, brincalhão, porém, e caso não lhe façamos as vontades, por favor, fujam da sua frente porque altera-se por completo.

Sempre pensei que as birras fossem amenizando com o passar do tempo, mas, sinceramente, acho que pioraram. Podem dizer-me que é normal, dado o nascimento dos gémeos e a natural divisão da atenção. Posso até compreender, mas não me peçam que a paciência seja a mesma. É desgastante e, sim, ele vence-me pelo cansaço. 

Como preparar uma escapadinha em família (com bebés)? Eu ajudo.

Quem tem acompanhado as minhas redes sociais sabe que no passado fim de semana fizemos uma escapadinha, em família, até Coimbra. Marquei hotel, fiz as malas e, contra a “opinião do mundo”, lá fomos nós passar uns diazinhos fora.

E sabem porque coloco as coisas nestes termos? Porque foram muitos os que nos chamaram de loucos por levarmos dois bebés, de dois meses, a passear com este frio, numa viagem de praticamente duas horas que, segundo estes, iria ser bastante cansativa. Mas não lhes demos ouvidos e arrancámos com a maior das certezas. Adoramos viajar e, como ainda não é possível fazê-lo para fora do país, quisemos ir descobrir mais um pouco deste nosso Portugal. O nosso país é lindo!

Sair à rua sozinha com os gémeos? Check!

Fotografia Sugar & Soul Photography

Hoje venho falar-vos das minhas saídas com os gémeos. Só eu e eles. Podem chamar-me maluca, até porque ultimamente já me habituei a que o façam. Mas eu sempre preferi arriscar ao invés de ficar na zona de conforto. Sou mesmo assim.

São muitas as pessoas que me perguntam como é possível, quando nem só com um se atrevem a sair de casa. Acreditem, prefiro tentar fazer a minha vida normal do que lamentar-me que não tenho capacidade para tal. Tudo exige uma adaptação e é isso que estou a fazer, a adaptar a minha vida a eles e a tentar que eles também se adaptem às minhas rotinas. Não sou extremista ao ponto de os forçar adaptarem-se a TUDO, até porque não concordo com isso. Mas tenho ouvido muitas opiniões nesse sentido.

O trabalho que dá ser uma Super-Mãe

Fotografia Sugar & Soul Photography

A exigência da sociedade para que sejamos mães e mulheres perfeitas é tanta que, por vezes, me esqueço que sou feita de carne e osso como qualquer outra pessoa. Tento fazer tudo, e mais alguma coisa, para que todos fiquem satisfeitos, mas não sou a “super-mulher”. É difícil quando o cansaço se apodera de nós e acabamos por ceder, apesar de sabermos que isto não pode ou não deveria acontecer porque temos filhos a dependerem de nós. Mas nunca nos devemos esquecer que para conseguirmos cuidar de alguém temos antes de cuidar de nós. 

A melhor história da nossa história

Este ano tem sido muito especial, sobretudo no que respeita à maternidade. Se me dissessem, há precisamente um ano atrás, que, em 2018, seria mãe novamente e logo de dois birras ao mesmo tempo nunca acreditaria. É, também por isso, uma sensação única e inexplicável. 

Quem acompanha o blogue sabe que os oito meses de gestação se traduziram em batalhas diárias. Os gémeos quiseram nascer mais cedo e tive de ser internada durante dois meses para os aguentar mais tempo “no forninho”. Felizmente, tudo correu bem e nasceram fortes e saudáveis. Cumpriu-se, assim, um dos nossos maiores desejos. 

Como gerir ciúmes entre irmãos? Dicas aceitam-se.

Os ciúmes do Rafael ainda não chegaram, mas parte-me o coração saber que não consigo dar-lhe a atenção que ele quer.

O meu pai vai busca-lo todos os dias à escola e todos os dias ele janta na casa dos meus pais, uma ajuda fundamental que nos permite ter tudo ainda mais organizado. Chega à nossa casa por volta das 19h30 / 20h e quer logo brincar connosco, mas nem sempre é possível por causa dos manos. Para tentar contornar esta situação, tentamos fazer com que o Rafael também faça parte destes momentos em que tratamos dos gémeos. Estamos conscientes que não é suficiente, porque uma criança da idade dele precisa de brincar mesmo, mas não deixa de ser uma tarefa em que estamos todos juntos e isso já nos deixa a todos bem mais felizes.

Prioridades trocadas que mexem comigo!

Acho incrível a insensibilidade evidenciada por algumas pessoas na hora de definir / dar prioridades. Durante a gravidez não me quis chatear com este assunto, e raramente tomei atitudes, a não ser quando me incomodava seriamente, mas muito me arrependo. O meu marido chegou a chatear-se com isto, porque as pessoas fingiam que não viam que estava grávida e outras chegavam mesmo a dizer que não era doença.  Típico, portanto!

Quando o Rafael nasceu, não me aproveitei minimamente da minha condição. Só passava à frente quando ele estava mesmo muiiiiito irrequieto. Agora, com os gémeos, mudei totalmente a minha postura e chego a exigir. Faço-o porque é um direito nosso e este é o único momento em que podemos usufruir dele.