Vocês merecem uma explicação por todo o apoio e carinho que me têm dado. Precisei resguardar-me pelo cansaço extremo que tenho sentido e por todos os desenvolvimentos destes últimos dias. Hoje completar-se-ia precisamente uma semana desde que regressei à minha querida casa, com ordens expressas para repousar. É óbvio que é extremamente complicado conseguir fazer exatamente o mesmo que no hospital, mas com o apoio dos meus pais e do meu marido acabei por conseguir.
No entanto, na quinta-feira à noite comecei novamente com dores nos rins e no fundo da barriga. As contrações também se tornaram mais constantes e decidimos arrancar para o hospital. Senti um misto de muita coisa: desconfortável com as dores, mas tranquila pela eventualidade de ter de entrar em trabalho de parto e já me encontrar no hospital. E sempre confiante que tudo iria correr bem.
Mal chego fazem logo o toque e confirmam quatro centímetros de dilatação: estava a entrar em trabalho de parto. Encaminham-me logo para o bloco. Dão-me medicação para as dores, mas nada acontece. As dores param, as contrações abrandam e nada. Nada de nada. Resultado: subo novamente à enfermaria para ficar, uma vez mais, internada. Começa tudo outra vez. Todos os dias me faziam o toque, porque as dores iam e vinham e poderia estar mesmo a entrar em trabalho de parto. Mas não, o colo continua na mesma. Estes pirralhos andam a brincar comigo, só pode!
Ontem à tarde comecei com contrações fortes, as pontadas nos rins eram mais que muitas e tinha contrações de três em três minutos. A médica faz-me novamente o toque e decide que vai avançar, tinha de ir imediatamente para o bloco. E eis que chego aqui e tudo acalma uma vez mais. Eles devem ter uma aversão qualquer a este sítio, não consigo compreender. Passei aqui a noite inteira e tudo na mesma. Desde que entrei aqui já vou em dois falsos trabalhos de parto.
Resumidamente, isto foi o que aconteceu desde quinta- feira até ao dia de hoje.
Como me sinto?
Não quero que tenham pena de mim, por favor. Isso nunca! Mas, para vos ser sincera, estou cansadíssima, já não aguento esta barriga, o meu corpo está farto do repouso, perdi a massa muscular toda e não tenho forças, estou muito inchada, a pele da minha barriga já está massacrada pelo CTG, sinto-me maldisposta e psicologicamente desgastada. Estar novamente internada nesta incerteza é frustrante. Este sobe e desce para o bloco dá comigo em doida! Mas os enfermeiros não se cansam de me tentar explicar que gravidez de gémeos é mesmo assim, mais imprevisível não há.
Muitas de vocês têm perguntado pelo Birras mais velho e posso dizer-vos que está novamente chateado, mas é natural. Viu a mãe estar quatro dias em casa e, de repente, voltar novamente para o hospital. Também sente muita falta do pai, porque este passa muito tempo comigo. Todos os dias pergunta se os manos já nasceram e vê-se que está muito ansioso. E, para piorar as coisas, na sexta-feira, o pai Birras após ter ido para casa descansar teve de regressar à noite ao hospital acompanhado do Rafa que estava muito constipado, com febre e uma ligeira falta de ar. Ficou aqui até às 4h da manhã a fazer aerossol e um raio-X. Está melhor, não se preocupem. Aquele puto doente tem mais energia que todas nós juntas!
Por agora é só, mas, a julgar pelos últimos dias, a história não acaba aqui. Aguardem por novidades em breve. E só espero que sejam daquelas ótimas.
Beijinhos
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