Estes dias sem escrever no blogue e sem postar uma única foto no Facebook ou no Instagram fizeram-me bem. Desculpem a minha ausência e acreditem que pensei muito em vocês, mas precisava dedicar-me a um tema que descurei nos últimos dois meses: o meu filho, a minha família. O tempo não voou para mim, antes pelo contrário, demorou muito a passar e continua a demorar, não vejo a hora dos gémeos nascerem. Sei que a maioria das pessoas me pede para descansar, mas, não consigo, é impossível essa palavra constar no meu dicionário no momento atual.
Na quinta-feira passada, mais uma vez, recebi alta e tive oportunidade de vir para casa, junto dos meus. Se até eu fiquei confusa, imaginem o Birras mais velho. A razão da alta? Tive mais uma semana internada, com dores e contrações, mas o colo permaneceu na mesma. Fez-se uma ecografia para ver como estavam os bebés e estão bem, por isso decidiram dar-me alta.
Neste momento estou com 36 semanas e três dias, dá para acreditar? Esta era aquela meta que achava impossível, mas aconteceu. Pedi com muita força e fui atendida. Mas sabem que mais? A vossa força também é muito responsável por ter conseguido chegar até aqui e, por isso, nem sei como vos agradecer.
Por estes dias resguardei-me em casa, o desconforto é grande, e peço desculpa por vacilar, mas não sou de ferro. Contudo, estes dias têm sido reconfortantes para o coração ainda que desgastantes para o corpo. Não quero parecer egoísta, mas só queria que nascessem agora e sem qualquer complicação, como é óbvio, porque não sei como irei reagir em termos físicos caso tenha de aguentar mais uma ou duas semanas neste estado. Estou muito cansada física e psicologicamente, há muito que praticamente não durmo e as dores do peso da barriga são mais que muitas. Tenho receio de vos estar a cansar, de estar a ser muito repetitiva, mas esta é a minha realidade dos últimos tempos.
O Rafael tem exigido muita atenção, tem feito muitas birras, e o pai diz que há algum tempo não se comportava desta forma. Só vejo uma explicação: a minha presença novamente em casa. Hoje, ao pequeno-almoço, disse-me: “Quando os manos nascerem, podes pegar-me ao colo, brincar no chão, jogar à bola e correr comigo, sim, mãe?”. Só este pensamento mostra o que vai na cabecinha dele e parte-me o coração. Não lhe consigo levantar a voz, não lhe consigo ralhar, não consigo impor-me quando está nas suas birras, porque, para além do meu estado não o permitir, o meu cérebro faz imediatamente uma retrospetiva de todos os dias que ele ficou sem a mãe por perto.
Amanhã tenho consulta novamente e estou ansiosa para saber o que irão decidir. Estou mesmo a ver que ando neste impasse há tanto tempo e ainda vou ter de ser induzida, seria surreal, sobretudo porque fiquei internada às 27 semanas com risco de parto prematuro.
Neste momento, as contrações não são regulares. Vão e voltam, umas mais dolorosas que outras. As dores nos rins e no fundo da barriga é que não abrandam e são mais incomodativas. A minha perna e pé direito continuam inchados, as estrias, essas, não param de aparecer, os enjoos também vão e vêm.
E, por agora, é isto. Estas são as novidades. Espero numa próxima ter coisas mais animadas para vos contar..
Um beijinho
Força!!! Falta tão pouco…
Minha querida, conheci o teu blog à uma semana e adorei a tua história, tanto que me puxou para ler tudo para trás e digo-te que o texto que o teu marido te escreveu é simplesmente mágico. Tenho um filho com 9 anos e um bebê de 2 meses e ambas as gravidezes foram complicadas mas nada como o que passas. Mas sei a dor do internamento, a ausência da vida do filho mais velho, o sentimento de falha para com ele mesmo não sendo nossa culpa. Quero dar te força, mesmo não te conhecendo torço por ti e pelos teus bebés e que venham com muita saúde. Um beijinho.