Um dia caótico de uma Mãe grávida - Birras em Direto

Um dia caótico de uma Mãe grávida

Ontem tive de ir com a minha Mãe levantar o cartão do cidadão porque ela não sabia onde ficava em Lisboa e tive de levar o Rafael também pois não tinha ninguém com quem o deixar.

Agora imaginem o cenário:

Eu com uma barriga gigante, com um puto de 3 anos que não pára um segundo quieto e ter de esperar 2 horas porque tinha 74 pessoas à frente. Sim porque como o cartão do cidadão era da minha Mãe não tive direito à prioridade…Tudo bem até aí, eu compreendo.

Para ser sincera eu só uso a prioridade quando fazem mesmo questão, nunca pedi sequer mas óbvio se alguma vez estiver numa situação que precise, não vou hesitar!

Desta vez precisava mesmo porque estava com algumas dores mas claro que respeitei e não passei à frente!

No entanto…

O PIOR foi quando entro numa sala cheia de gente, mais de 50 pessoas e ninguém, nem uma alminha se dignou a dar-me um lugar.

Fiquei em pé e depois tive de ir pedir uma cadeira a uma funcionária.

Como continuei com dores, de vez em quando metia a mão na barriga e não deixava o meu filho vir para o meu colo. Até que uma senhora reparou e perguntou se eu queria ir para o sofá onde ela estava sentada, eu agradeci e disse que não. Arrependidíssima por ter negado mas o meu orgulho foi mais forte.

Como disse à pouco fiquei 2 horas à espera para a minha mãe ser atendida, o Rafael já estava farto daquele silêncio absurdo, daquelas pessoas todas, de estar ali naquele espaço sem poder fazer nada e claro começou a correr pela sala, a andar de gatas, a provocar-me basicamente. Ía dando em louca!

Tentei controlar a energia do miúdo mas se já eu estava capaz de fazer sei lá o quê quanto mais ele. Os olhares eram mais que muitos, uma funcionária chega mesmo a dizer-me: “Veja lá se o controla para ele não vir para aqui”.

EU JÁ ESTAVA FARTA!!! Já me saía fumo pelas orelhas, pelo nariz, pelos olhos…

Que raio mas porquê? Porquê que eu tenho de ficar constrangida com os olhares alheios? Com o pensamento das outras pessoas?

Fiquei tão farta de estar lá dentro, de estar constantemente atrás do Rafael, dele estar sempre a fazer das dele que descarreguei na criança. Sim culpem-me, massacrem-me, crucifiquem-me… Mas eu sei que não sou a única. Detesto dar-lhe uma palmada, detesto mesmo mas ontem levou uma no rabiosque. Coitadinho como não está habituado chorou horrores… Mas eu fui firme com ele! Tive de ser…Mas agora perguntam vocês e depois?

Depois vem a avó por trás a dizer para ele não chorar, a dar-lhe um abraço que lhe ía dar um chocolate quando chegássemos…

Oi? Como?

Mandei uns olhares à minha mãe que ela percebeu logo e retirou o que disse…

Mas foi tarde demais…

Mais uma birra e agora queria o chocolate que a avó tinha prometido.

Mas afinal as avós não se lembram como educaram os filhos? Ela não me dava chocolates quando me portava mal.

Enfim…

Ontem foi um dia daqueles…Foi dose!

Mas sabem o melhor? O Rafael chegou a casa e esteve a conversar com o Pai sobre o que se passou. Logo de seguida veio ter comigo e pediu-me desculpa, deu-me um abraço e limpou-me as lágrimas porque me viu a chorar.

Eu também lhe pedi desculpa. E fiquei toda derretida com aquele gesto.

Estava tão cansada, tão confusa se devia ter agido assim, tão arrependida…

Hoje é outro dia Graças a Deus 🙂

Beijinhos

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