Arquivo de Marta Rodrigues - Página 5 de 21 - Birras em Direto
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Marta Rodrigues

Sair à rua sozinha com os gémeos? Check!

Fotografia Sugar & Soul Photography

Hoje venho falar-vos das minhas saídas com os gémeos. Só eu e eles. Podem chamar-me maluca, até porque ultimamente já me habituei a que o façam. Mas eu sempre preferi arriscar ao invés de ficar na zona de conforto. Sou mesmo assim.

São muitas as pessoas que me perguntam como é possível, quando nem só com um se atrevem a sair de casa. Acreditem, prefiro tentar fazer a minha vida normal do que lamentar-me que não tenho capacidade para tal. Tudo exige uma adaptação e é isso que estou a fazer, a adaptar a minha vida a eles e a tentar que eles também se adaptem às minhas rotinas. Não sou extremista ao ponto de os forçar adaptarem-se a TUDO, até porque não concordo com isso. Mas tenho ouvido muitas opiniões nesse sentido.

O trabalho que dá ser uma Super-Mãe

Fotografia Sugar & Soul Photography

A exigência da sociedade para que sejamos mães e mulheres perfeitas é tanta que, por vezes, me esqueço que sou feita de carne e osso como qualquer outra pessoa. Tento fazer tudo, e mais alguma coisa, para que todos fiquem satisfeitos, mas não sou a “super-mulher”. É difícil quando o cansaço se apodera de nós e acabamos por ceder, apesar de sabermos que isto não pode ou não deveria acontecer porque temos filhos a dependerem de nós. Mas nunca nos devemos esquecer que para conseguirmos cuidar de alguém temos antes de cuidar de nós. 

A melhor história da nossa história

Este ano tem sido muito especial, sobretudo no que respeita à maternidade. Se me dissessem, há precisamente um ano atrás, que, em 2018, seria mãe novamente e logo de dois birras ao mesmo tempo nunca acreditaria. É, também por isso, uma sensação única e inexplicável. 

Quem acompanha o blogue sabe que os oito meses de gestação se traduziram em batalhas diárias. Os gémeos quiseram nascer mais cedo e tive de ser internada durante dois meses para os aguentar mais tempo “no forninho”. Felizmente, tudo correu bem e nasceram fortes e saudáveis. Cumpriu-se, assim, um dos nossos maiores desejos. 

Como gerir ciúmes entre irmãos? Dicas aceitam-se.

Os ciúmes do Rafael ainda não chegaram, mas parte-me o coração saber que não consigo dar-lhe a atenção que ele quer.

O meu pai vai busca-lo todos os dias à escola e todos os dias ele janta na casa dos meus pais, uma ajuda fundamental que nos permite ter tudo ainda mais organizado. Chega à nossa casa por volta das 19h30 / 20h e quer logo brincar connosco, mas nem sempre é possível por causa dos manos. Para tentar contornar esta situação, tentamos fazer com que o Rafael também faça parte destes momentos em que tratamos dos gémeos. Estamos conscientes que não é suficiente, porque uma criança da idade dele precisa de brincar mesmo, mas não deixa de ser uma tarefa em que estamos todos juntos e isso já nos deixa a todos bem mais felizes.

Prioridades trocadas que mexem comigo!

Acho incrível a insensibilidade evidenciada por algumas pessoas na hora de definir / dar prioridades. Durante a gravidez não me quis chatear com este assunto, e raramente tomei atitudes, a não ser quando me incomodava seriamente, mas muito me arrependo. O meu marido chegou a chatear-se com isto, porque as pessoas fingiam que não viam que estava grávida e outras chegavam mesmo a dizer que não era doença.  Típico, portanto!

Quando o Rafael nasceu, não me aproveitei minimamente da minha condição. Só passava à frente quando ele estava mesmo muiiiiito irrequieto. Agora, com os gémeos, mudei totalmente a minha postura e chego a exigir. Faço-o porque é um direito nosso e este é o único momento em que podemos usufruir dele.

O truque é descomplicar

Nos últimos dias tenho andado a pensar na mãe que me tornei. Isto porque me sinto diferente e, confesso-vos, para melhor.

Quando o Rafael nasceu tudo era novidade. Queria fazer a maioria das coisas sozinha e ficava frustrada quando não conseguia. Chorava ao ritmo dele e parecia carregar o mundo nos ombros, na alma, porque tudo parecia tão complicado. Era mãe de primeira viagem e tudo era novidade, uma autêntica aventura.

Desta feita decidi que tudo seria diferente. Era imperativo melhorar certas atitudes e evitar alguns erros. Sei que amadureci, sei que muitas coisas já não são propriamente novidade, mas estar com os gémeos durante o dia sozinha levantava-me dúvidas sobre se iria dar conta do recado.

Fui mãe, e agora como me olho ao espelho?

Olhar-me ao espelho, ultimamente, não tem sido nada fácil, embora saiba que estas marcas no meu corpo espelham uma grande luta e amor.

Esta gravidez foi bastante difícil, a nível psicológico e físico, e passei por momentos bastantes complicados. Preparei-me para toda a logística que iria ter no futuro mas esqueci-me de me preparar para o reflexo que iria ter no espelho. Estou assustada e a tentar processar tudo e a aceitar(-me).

A minha barriga cresceu bastante, a pele esticou até ao seu limite, e as estrias apareceram nas duas semanas antes do parto. Na altura não valorizei, o foco era outro, mas hoje a realidade é outra.

Hoje, decidi fotografar-me, e encarar-me sem medos. Esta sou eu, agora. Mais pesada é certo, com outras formas, mas também mais recheada de amor. Não me sinto feia, não poderia fazer isso comigo (não o façam também, todas somos lindas), mas não estou confortável com a minha pele.

Parto ou amamentação. Qual custa mais? Eu digo-vos.

Perdi a noção de quantas vezes me perguntaram se estava a amamentar os gémeos e decidi fazer um artigo sobre o tema. Atenção, este texto reflete apenas aquela que foi / tem sido a minha experiência. Em nenhum momento estarei a generalizar seja o que for.

A amamentação do Rafa já tinha sido um processo complicado, porque não tive um bom acompanhamento no pós-parto, era “marinheira de primeira viagem”, não sabia o que significava uma boa pega para o bebé e, consequentemente, não sabia se ele estaria bem alimentado. Naturalmente, o Rafa perdeu mais de 10% do peso esperado nos primeiros dias. A descida do leite deu-se cinco dias após o seu nascimento e até lá foi introduzido suplemento. Ao que parece, os meus mamilos não eram bons para a pega por não serem proeminentes. Tenho implantes e, mal desceu o leite, tive dores horríveis, chorava de manhã à noite, porque estes estavam a fazer uma grande pressão. Ainda assim, aguentei até aos dois meses e meio que o Rafael mamasse no meu peito e bebesse suplemento.

O Rafa superou as melhores expectativas

Cheguei a escrever sobre os ciúmes que o Rafael poderia vir a sentir dos irmãos e até sobre a forma de preparar os manos mais velhos para a chegada dos mais novos, mas, sinceramente, foi sempre um tema que me deixou algo apreensiva. Sempre receei que o meu birras mais velho se comportasse de uma forma diferente após o nascimento dos irmãos e não me perguntem porquê. Ele só tem três anos e sempre foi muito ciumento quando outras crianças estão por perto, mas, confesso, estava à espera que fosse pior. É certo que o preparámos durante os oito meses de gravidez e desde o nascimento sempre nos esforçámos para que não se sentisse minimamente excluído, mas a verdade é que o resultado superou, e muito, as nossas expectativas. Ainda que não seja muito justo sermos nós a ficar com todos os louros, porque muito vem da essência especial deste menino que tem tanto de birrento como de amoroso.

Os altos e baixos dos primeiros tempos

Os dias têm sido uma autêntica loucura. Entrar na rotina é sempre o mais complicado, mas sei que acabarei por conseguir. Muitas de vós me questionam como posso ter esta postura tão descontraída e fazer as coisas sempre com um sorriso no rosto. Bem, confesso que é todo um processo cheio de altos e baixos. Aprendi muito durante o internamento, sinto que cresci e me tornei uma mulher mais forte. Tive muito tempo para pensar e projetar a mãe que queria ser quando eles nascessem, mas não posso dizer que esteja a ser fácil. Se com um filho as coisas já são difíceis, imaginem com três em que dois deles são recém-nascidos.

Tento sorrir muito, brincar com o mais velho sempre que está em casa e integrá-lo em todas as tarefas, tento não esquecer que também sou mulher e procuro tratar de mim, mas também já chorei, já me olhei ao espelho e não gostei do que vi, já tive de me chatear e arrepender-me em seguida, já gritei com quem não devia. Tudo isto exatamente porque os dias não são assim tão simples como parecem.