Fotografia Sugar & Soul Photography
O Rafael é uma criança com apenas três anos, é um miúdo cheio de energia e uma personalidade bastante forte. É carinhoso, educado, sociável, comunicativo, brincalhão, porém, e caso não lhe façamos as vontades, por favor, fujam da sua frente porque altera-se por completo.
Sempre pensei que as birras fossem amenizando com o passar do tempo, mas, sinceramente, acho que pioraram. Podem dizer-me que é normal, dado o nascimento dos gémeos e a natural divisão da atenção. Posso até compreender, mas não me peçam que a paciência seja a mesma. É desgastante e, sim, ele vence-me pelo cansaço.
Quando as coisas não vão pelo caminho que pretende, começa logo a manifestar o seu mau feitio. Teima comigo e com o pai, mas tentamos sempre resolver a situação de forma bastante calma, conversando, negociando, mas às vezes não resulta. Minhas queridas, já fiz artigos e vídeos sobre dicas para controlar as birras, e coloco tudo o que vos passei em prática, mas ele já aprendeu a contornar a situação e nada está a dar resultado.
Dou por mim a dizer “sim” ao que ele quer, porque estou cansada e não consigo entrar em mais “batalhas”. Mas depois questiono-me: como é que uma criança de três anos consegue levar a melhor sobre a mãe? Isto não pode ser assim… E fico triste por achar que estou a fazer algo de errado. Penso no que estarei a falhar, deito a cabeça na almofada e tento arranjar soluções. Olho ao redor e avalio as crianças, a forma de agir dos pais, e muitas vezes vejo o mesmo cenário. Estarão as nossas crianças a dominar as suas famílias? Sempre foi assim? Não considero que o meu filho seja mal-educado e, claro, fico constrangida quando faz daquelas birras intermináveis ao ponto de se mandar para o chão e as pessoas começarem a olhar ou a comentar que não temos mão nele.
Comento com amigas que vivem o mesmo drama e a mesma preocupação. Como serão os nossos filhos um dia mais tarde? Claro que ficamos preocupadas, mas haverá necessidade disso? Estas birras passarão?
Já comentei na escola e lá, ao que parece, ele é uma criança bastante educada, cumpre as regras e não passa os limites. Mas assim que chega a casa extravasa por completo!
O Rafael passou por momentos bastante complicados no ano passado, sobretudo durante o meu internamento. Depois chegam os irmãos e, embora tenha uma paixão avassaladora por estes, acaba por se sentir só muitas vezes. Será por isto? Irão estas birras piorar? Irei ceder sempre porque ele consegue levar-me à exaustão?
Sou capaz de levar dias inteiros a chamá-lo á atenção, chego a gritar, e claro que nada resolvo. Gritos e palmadas nunca resolveram nada! No fim do dia, quando adormece (outro desafio! mas escreverei sobre isso também), olho para o seu ar de anjinho e caem as lágrimas porque coloco em causa se estarei a ser uma boa mãe.
Alguém se identifica ou estarei sozinha nisto?
Beijinhos
Olá, o meu tem agora 4 anos e já começou a acalmar, mas ao ler esta história parece que me revejo, tal e qual! Este é o meu segundo filho e não tive gémeos a seguir, mas apatir dos quatro anos notou-se uma grande diferença, já a irmã que tem dez anos agora sempre foi um anjinho comparado com ele.
Boa noite Marta. Não, não está sozinha. Tive a minha menina quando o irmao fez precisamente 3 anos. Foi duro, muito duro. Para além de todas as mudanças que o nascimento da irmã envolveria, o internamento dela na neonatologia e consequentemente o meu internamento, agravou muito a situação. Eu fiquei longe do meu pilar e ele ficou longe do dele. Ambos sofremos muito. Depois do nosso regresso a casa, seguiram-se 3 meses de sucessivos episódios febris, viroses e mais viroses que só deixaram o meu menino ainda mais carente e necessitando de toda a atenção do mundo. Culpei me muitas vezes, chorei muitas vezes ao vê-lo dormir… senti-me culpada por tudo…
Pelas ausências, pela falta de paciência, pelo colo agora divido…
Amava-o demais. Não conseguia vê-lo sofrer por sentir a falta da mãe que tinha antes.
Felizmente, apesar das birras, dos choros, dos amuos, das carências, nunca me culpou nem culpou a irmã.
Amou-a desde o primeiro instante, por vezes penso, que a amou primeiro que eu.
Um ano passou. As birras continuam…
Mas o amor também. Tudo se superou.
Sao a alegria um do outro. Ele é um protector sem igual. E continua a ser o menino meigo e ternurento que sempre foi. Somos uma familia completa, somos uma familia feliz. Muitas birras à mistura, mas se fosse de outra forma, já nao seria a mesma coisa. Beijinhos, muita força.
Não Marta não está sozinha, por aqui a Ema, também é a mesma coisa , pois com os outros (avó e avô) está óptima brincacome e formas assim que entra em casa descalabro total. Já me explicaram que e por sentirem conforto e confiantes. Aqui funciona cansa lá antes do banho. Mas o pensamento por aqui e o mesmo e é muito complicado ser se mãe numa sociedade como está hoje em dia. Já ouvi coisas artroses depois de uma situação muito complicada, que ainda hoje vivo😔