Vocês vão perguntando como me sinto e quase não tenho novidades para vos dar, a não ser que passo uns dias melhores que outros. Há dois dias comecei com contrações mais constantes e, para além disso, com dores no fundo da barriga e nos rins. Não durmo há duas noites, já não tenho posição para me sentir confortável. O normal no final da gravidez, portanto.
Fizeram-me o toque novamente e o colo permanece igual. Nem eu, nem os enfermeiros acreditamos como é possível não existir diferença no colo com tantas contrações diárias. Que bom para nós!
A verdade é que o dia do parto se aproxima, mas a data exata ainda é uma incógnita. Pode ser hoje, amanhã ou daqui a uma semana, embora saiba que bastava andar um pouco pelos corredores deste hospital e rapidamente estes Birras vinham conhecer o mundo que os espera cá fora. É por isso que me vou mantendo nesta cama, apenas com regulares idas à casa de banho, e até banho tenho de tomar sentada… (Ahh!!). Estou tão farta disto, mas já me habituei à rotina.
Se Deus quiser, a partir das 34 semanas, se não tiver dores e o colo estiver inalterado, posso ir para casa e, assim, eles podem nascer em qualquer hospital. Mas um dia de cada vez, sem planos. É difícil, sim, porque estou sempre um passo à frente e a pensar em tudo. Mas, claro, também retiro alguma aprendizagem de toda esta experiência, sobretudo que devo aproveitar mais o presente, vivê-lo ao máximo, sem pressas, com paciência e sempre com pensamento positivo.
Ontem, durante uma conversa de família, deparei-me novamente com uma situação que me entristece e à qual, por mais que tente, não consigo dar a volta. Uma pessoa da família estava aqui no hospital a queixar-se constantemente e eu, claro, sempre a arranjar soluções. De repente, essa pessoa, virou-se para mim e disse: “Isso para mim é muito difícil, não vês que não sou assim como tu e o teu Pai?”. Estas situações deixam-me fora de mim. As pessoas que ligam o “complicómetro” quando é muito mais fácil simplificar,,, grrr!
Mas tenho de meter na cabeça que não adianta tentar mudar estas pessoas quando nem elaspróprias querem ser ajudadas. São pessoas que estão habituadas a viver no seu mundinho negativo e não deixam ninguém entrar para ajudar. Por mais que tentemos, chega a uma altura que acabamos por desistir.
(Mas continuando e fazendo subir o astral…)
Estou muito feliz por termos chegado às 33 semanas. Só de imaginar que entrei com 27 em risco de parto pré–termo e agora estamos aqui… que vitória! Se eles nascessem agora, ainda iriam necessitar de cuidados e, claro, isto deixa-me preocupada. Mas já não será tão perigoso como há umas semanas atrás.
Queria partilhar convosco o que me tem deixado também de coração cheio: por este quarto já passaram mais de 20 grávidas (e não estou a exagerar!), saem para ter os seus bebés e muitas voltam ao quarto para me verem e mostrarem os seus tesouros. Sinto-me tão feliz! É gratificante este carinho e união entre nós, mulheres e mães.
Aprendi também a respeitar ainda mais o trabalho dos enfermeiros, a minha segunda família neste momento. Saio daqui certamente com amizades que quero que continuem lá fora. Têm sido os meus confidentes, a minha força, o meu apoio, o meu ombro amigo e, claro, também têm aturado o meu “feitiozinho” e a minha tagarelice. Desculpem qualquer coisinha!
Este artigo está a ser escrito com muitas pausas, porque a festa dentro desta barriga não dá tréguas e obriga-me a fazer algumas pausas para respirar fundo. A família já lança datas datas, e também tenho o meu feeling, mas conto-vos mais sobre istono próximo artigo. E vocês, a que dia acham que estes Birras vão sair cá para fora?
Beijinhos
Fico tão feliz por estarem bem =) acompanho o blog desde o inicio da tua gravidez e sinto-me feliz com cada vitória vossa! Estou grávida de 20 semanas e cada vez que leio este blog sinto-me também eu de coração cheio porque agora os miúdos podem nascer e já terão forças para crescerem lindos e saudáveis! Um beijo muito grande para ti e para os teus meninos!